quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

VII MOSTRA DE PERFORMANCE:
ARTE NEGRA, IMAGEM, EMPODERAMENTO E DISSONÂNCIAS CONTEMPORÂNEAS

Galeria Cañizares – Escola de Belas Artes
13 a 24 de março de 2017

Inscrições Prorrogadas

até 28 de fevereiro de 2017

Argumento:

“O tráfico de negros escravizados durou 400 anos e terminou oficialmente na segunda metade do século XIX. Estimativas apontam para uma variante entre 15 a 30 milhões de africanos negros que foram arrancados de suas terras de forma desastrosa, degradante e desumana. A ideologia do mercado escravista sustentava a ideia que a humanidade é dividida em duas metades, os humanos e os sub-humanos e que nós fazemos parte desse segundo grupo e que se podia fazer o que se quisesse com ela, explorar seu trabalho e depois destruí-la, quanto à sua arte, ela passou pelo mesmo caminho”. (Ryszard Kkapuscinski, 2000)
Tomando como base a nossa história, a VII Mostra de Performance traz este ano como tema central a arte negra contemporânea – performance, vídeo e fotografia com objetivos de exaltar e dar visibilidade à liberdade negra inovadora, às vozes questionadoras do seu tempo, às ações políticas, às políticas de inclusão e às representações etno-artísticas e com isso, discutir junto ao artista, a sua obra e o público, suas inquietações individuais, implicações e subjetividades estéticas, éticas e teoréticas, as relações de poder, a expansão geoartística.
Performance Negra, imagem, empoderamento e dissonâncias contemporâneas, vem confrontar os espaços de poder e de dominação e combater a indigência artística e cultural por uma “globalização da diferença” (Milton Santos), pela descolonização e desinternacionalização da estética, por avanços nas políticas públicas de combate ao racismo, à intolerância religiosa, ao epistemicídio e consolidar as conquistas alcançadas no âmbito educacional, cultural  e social.
Diante das “batalhas semióticas-interculturais”, a VII Mostra de Performance vem também interferir na construção de outros sentidos estéticos, de representação e de etnicidade, com ações arte educativas para discutir arte e performance e agora particularmente performance negra, sobretudo como uma arte movente, política, crítica, vasta, plena de vitalidade, problematizadora e contemplativa que transita entre o imaginário e o real, entre o sensível e o inteligível, entre o tradicional e o atual.
A VII Mostra de performance que integrada à sociedade acadêmica contemporânea, vem dinamizar o conjunto de problemas interpretativos do conceito de arte negra e da existência negro africana como bases fundamentais para os estudos aprofundados da performance artística.
Assim, será a mística conservadora da diáspora, o paradigma da identidade negra e por ela a incompletude, o entrecruzamento, a passagem e a indeterminação o estado possível da arte negra capaz de mover as bases tradicionais da cultura?
É a performance negra um campo expandido da sua arte tradicional? É um entre cruzamento cultural? Éritual? É sacro religiosa? É ela política? Engajada? Mestiça? O que não é uma performance negra? Qual o seu papel no estado atual da arte?

Ricardo Biriba

Curadoria 

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