VII MOSTRA DE PERFORMANCE:
ARTE NEGRA, IMAGEM, EMPODERAMENTO E DISSONÂNCIAS
CONTEMPORÂNEAS
Galeria Cañizares – Escola de Belas Artes
13 a 24 de março de 2017
Inscrições Prorrogadas
até 28 de fevereiro de 2017
Argumento:
“O tráfico de negros escravizados durou 400 anos e terminou oficialmente
na segunda metade do século XIX. Estimativas apontam para uma variante entre 15
a 30 milhões de africanos negros que foram arrancados de suas terras de forma
desastrosa, degradante e desumana. A ideologia do mercado escravista sustentava
a ideia que a humanidade é dividida em duas metades, os humanos e os
sub-humanos e que nós fazemos parte desse segundo grupo e que se podia fazer o
que se quisesse com ela, explorar seu trabalho e depois destruí-la, quanto à
sua arte, ela passou pelo mesmo caminho”. (Ryszard Kkapuscinski, 2000)
Tomando como base a nossa história, a VII Mostra de
Performance traz este ano como tema central a arte negra contemporânea –
performance, vídeo e fotografia com objetivos de exaltar e dar visibilidade à
liberdade negra inovadora, às vozes questionadoras do seu tempo, às ações
políticas, às políticas de inclusão e às representações etno-artísticas e com
isso, discutir junto ao artista, a sua obra e o público, suas inquietações
individuais, implicações e subjetividades estéticas, éticas e teoréticas, as
relações de poder, a expansão geoartística.
Performance Negra, imagem, empoderamento e dissonâncias
contemporâneas, vem confrontar os espaços de poder e de dominação e combater a
indigência artística e cultural por uma “globalização da diferença” (Milton
Santos), pela descolonização e desinternacionalização da estética, por avanços
nas políticas públicas de combate ao racismo, à intolerância religiosa, ao epistemicídio
e consolidar as conquistas alcançadas no âmbito educacional, cultural e social.
Diante das “batalhas semióticas-interculturais”, a VII
Mostra de Performance vem também interferir na construção de outros sentidos
estéticos, de representação e de etnicidade, com ações arte educativas para discutir
arte e performance e agora particularmente performance negra, sobretudo como
uma arte movente, política, crítica, vasta, plena de vitalidade,
problematizadora e contemplativa que transita entre o imaginário e o real,
entre o sensível e o inteligível, entre o tradicional e o atual.
A VII Mostra de performance que integrada à sociedade
acadêmica contemporânea, vem dinamizar o conjunto de problemas interpretativos
do conceito de arte negra e da existência negro africana como bases fundamentais
para os estudos aprofundados da performance artística.
Assim, será a mística conservadora da diáspora, o paradigma
da identidade negra e por ela a incompletude, o entrecruzamento, a passagem e a
indeterminação o estado possível da arte negra capaz de mover as bases
tradicionais da cultura?
É a performance negra um campo expandido da sua
arte tradicional? É um entre cruzamento cultural? Éritual? É sacro religiosa? É
ela política? Engajada? Mestiça? O que não é uma performance negra? Qual o seu
papel no estado atual da arte?Ricardo Biriba
Curadoria
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